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Largo Alfredo Diniz
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António Boieiro

Músico, DJ, Poeta, Actor, Locutor e Diseur, reside desde 2000 na Rua Cândido dos Reis, fundador e vice-presidente d´”O Farol – Associação de cidadania de Cacilhas”, que recolhe e preserva o património imaterial local e das suas gentes. Aqui nasceram o escritor Romeu Correia e o estadista Carvalho Freirinha, Cândido dos Reis se suicidou porque pensava que os republicanos haviam perdido a revolução para a queda da monarquia, e não queria entregar-se, que no edifício da pastelaria “Sabores do Tejo”, no Largo Alfredo Diniz, foi hasteada pela primeira vez, a bandeira da República, um dia antes de o ser declarada em Lisboa.

Almada é a capital do associativismo e com maior movimento a nível nacional, sendo as associações o embrião para todas as actividades culturais locais.

Se Almada é o centro do mundo, Cacilhas é o centro do universo. Aqui, o Ponto de Encontro foi utilizado como espaço de estúdio, ensaios e concertos, teatro, poesia e até sessões de esclarecimento à população acerca de novas obras previstas para Cacilhas (Torres de Manhattan), e de discussão política; o músico e baterista “Zé da Cadela” apoiou diversas bandas que aqui puderam proliferar; surgiu o Café com Letras como espaço cultural pela mão de Ana perfeito Dias, onde Ermelinda Toscano compilou todos os poetas almadenses, e se realizaram tertúlias, onde participou José Mário Branco sob o tema da Guerra da Iraque, a influência dos USA e o neo-liberalismo; a Meia Volta de Urano é um espaço com oferta e dinamização cultural, biblioteca e livraria, onde decorrem concertos e poesia, exposições de arte e um clube de xadrez e do livro, sessões de poetry slam e tertúlias; existiu o bar gótico e alternativo no Ginjal “Lado Negro do Rio”, dedicado à banda “Fields of Nephilim”, onde muitos Djs de Almada iniciaram a sua carreira e que posteriormente, se tornou o “Culto”, bar emblemático; casas de Alterne (Blue Swan, Galli Galli), frequentados pelos trabalhadores operários da Lisnave e Parry & Son e marinheiros, estivadores do Porto de Lisboa, onde assistiu a um concerto do António Calvário; o bar “Shooters” para ouvir música e jogar setas, sendo aproveitado o espaço como night cab onde se podia comer após o encerramento dos bares e discotecas. Cacilhas não dormia.

Cacilhas sabe receber e integrar os estrangeiros que aqui trabalham e residem e hoje são família.

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Mário Gramaço

Músico e Compositor, sempre acompanhado do seu Saxofone, nasceu em Almada e frequentou o Conservatório de Música de Lisboa, tendo tocado com a Banda Quarteto com João Heitor, Ararriba, Roquivários, Petrus Castrus, Jorge Palma e Lena D’Água.

O Pai foi o dono do Restaurante “Estrela do Sul”, em Cacilhas. Cacilhas sempre foi um poema.

Durante a pandemia, passou muitas dificuldades como artista, devido a faltas de apoio do Estado. No Natal, e sem dinheiro, saíu à rua, passou por bares e restaurantes, e chegou ao fim da noite com um saco de moedas que lhe deu para viver até ao fim do mês.

Desde criança, fascinado por Cacilhas, pelo enquadramento da água com Lisboa do outro lado, onde foi muito livre, pescava e tomava banho, e tocava música à noite junto ao Tejo. Actualmente, a população local cresceu e mudou, fazendo parte da evolução natural da cidade.

Manuel Antunes (Manelito)

Vendedor de rua, nasceu na Quinta da Alegria mas viveu sempre em Cacilhas, que considera a sua terra.

A sua infância foi bastante pobre pelo que frequentando escolas (António da Costa, Emídio Navarro) onde os alunos eram obrigados a usar sapatos, calçava-os sem sola, julgando-o deficiente motor porque arrastava os pés, para não verem que não tinha sola. Não completou o Curso Geral de Eletricidade.

Foi um jovem muito irrequieto que saltava para o cacilheiro e não pagava bilhete. Na altura, os miúdos nadavam todos nus na praia do Ginjal, e um dia um guarda fiscal para o castigar, apreendeu-lhe a roupa e teve de voltar despido para casa.

Não completou o Curso Geral de Eletricidade. Fez a tropa nos Comandos e viveu o 25 de Novembro de 1975 (movimentação militar conduzida por partes das Forças Armadas Portuguesas, cujo resultado levou ao fim do Processo Revolucionário em Curso (PREC).

Em Cacilhas, frequentou bailes, praticou natação e desporto e foi treinador em diversas associações, onde foi e é associado, sendo actualmente dirigente associativo de do Clube Recreativo União Raposense, na Caparica.

Teve vários empregos: em empresas locais em Almada, Arsenal do Alfeite, Lisnave, H. Parry & Son, CUF, Siderurgia Nacional, vendedor na rua, pescador, fabricante de formas em folha de metal para pastelaria com as suas irmãs, e é presentemente, feirante (como praticamente todos os seus familiares), percorrendo o país.

Antigamente, Cacilhas tinha muito movimento, brincava-se na rua, vendiam-se copos de camarão, e as pessoas conviviam mais, julgando no entanto, que as obras de requalificação desenvolveram o local de forma positiva. “Cacilhas era muito diferente, deve é continuar a olhar o mar”

Laura Penez

Francesa, ilustradora e designer gráfica. Numa estadia de uns dias em Portugal descobriu Cacilhas, para si um lugar mágico com luz especial, junto ao Tejo, repleto de histórias e tradições, inspirador, onde encontrou pescadores, uma mulher pescadora maravilhosa e muitas personagens da história local. Onde o pôr do sol é tranquilizador. A paisagem, o rio Tejo, a luz, as histórias e suas gentes incentivaram a sua criatividade, guiando as suas mãos a desenhar, e espicaçou sua curiosidade em descobrir este lugar único, onde quis pertencer. Foi artista residente do Arroz Estúdios, com outros artistas de várias áreas e nacionalidades, e junto ao rio Tejo, no Ginjal com amigas, editou um livro com desenhos, ilustrações, textos e pesquisas de Cacilhas denominado por “Do outro lado do Rio”. Considera que no conjunto de edifícios abandonados no Ginjal, deveriam criar-se colectivos, associações para artistas locais e outros, para que a magia não acabe.

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