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  1. Garagem – Rua Comandante António Feio - Aletria – Biblioteca Itinerante
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João Tempera e Luis Pulido

João Tempera, nasceu e criou-se em Almada, reside na Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas, há 10 anos.

Actor, músico e gestor cultural, mediador da Aletria, uma Biblioteca Itinerante para todos os gostos e idades, a par de Luis Pulido e Susana Pires.

João e Luis Pulido (Professor de Música e Músico) conheceram-se e tornaram-se amigos no antigo Chá de Histórias, na Cândido dos Reis, residem em Cacilhas.

João e Luis frequentam o local desde a pedonalização da Rua Cândido dos Reis, apercebendo-se das vivências da população em tascas centenárias, ganhando uma nova vida com o pólo cultural do Chá de Histórias. Tendo este mudado de local, a rua perdeu o dinamismo tornando-se um mero lugar de restauração e de consumo de bebidas alcoólicas, mais vocacionada para o turismo e entretenimento fácil, produto da gentrificação. O que se reflectiu na vida pessoal de João pois tornando-se a sua habitação num outro piso de hostel, teve que procurar outro lugar para residir com a sua família.

Seria importante promover-se a vida de bairro, de troca de experiências, de comunhão e de criação de projectos novos para encontro de soluções para questões e problemas reais, locais, em que as pessoas se encontrassem na rua, em espaços seguros, de liberdade e de encontro, que as zonas pedonais oferecem, onde hajam livrarias e cineclube em Cacilhas, devendo existir maiores apoios do município no sentido que as pessoas que aqui moram sejam retiradas dos seus contextos e sejam empurradas para sítios onde não querem morar. Devendo dialogar-se com os munícipes, fazendo estes valer o seu direito de serem ouvidos, para serem encontradas essas soluções, fomentando-se a participação cívica.

Que durante o confinamento pela pandemia por Sars-Cov2, João Tempera encontrou um bom pretexto para sair à rua e fazer algo que lhe dava prazer, para salvar a sua vida e a dos outros: fez entrega ao domicílio de livros pela livraria Almadense “Escriba”, de bicicleta, no concelho de Almada.

Manuel Antunes (Manelito)

Vendedor de rua, nasceu na Quinta da Alegria mas viveu sempre em Cacilhas, que considera a sua terra.

A sua infância foi bastante pobre pelo que frequentando escolas (António da Costa, Emídio Navarro) onde os alunos eram obrigados a usar sapatos, calçava-os sem sola, julgando-o deficiente motor porque arrastava os pés, para não verem que não tinha sola. Não completou o Curso Geral de Eletricidade.

Foi um jovem muito irrequieto que saltava para o cacilheiro e não pagava bilhete. Na altura, os miúdos nadavam todos nus na praia do Ginjal, e um dia um guarda fiscal para o castigar, apreendeu-lhe a roupa e teve de voltar despido para casa.

Não completou o Curso Geral de Eletricidade. Fez a tropa nos Comandos e viveu o 25 de Novembro de 1975 (movimentação militar conduzida por partes das Forças Armadas Portuguesas, cujo resultado levou ao fim do Processo Revolucionário em Curso (PREC).

Em Cacilhas, frequentou bailes, praticou natação e desporto e foi treinador em diversas associações, onde foi e é associado, sendo actualmente dirigente associativo de do Clube Recreativo União Raposense, na Caparica.

Teve vários empregos: em empresas locais em Almada, Arsenal do Alfeite, Lisnave, H. Parry & Son, CUF, Siderurgia Nacional, vendedor na rua, pescador, fabricante de formas em folha de metal para pastelaria com as suas irmãs, e é presentemente, feirante (como praticamente todos os seus familiares), percorrendo o país.

Antigamente, Cacilhas tinha muito movimento, brincava-se na rua, vendiam-se copos de camarão, e as pessoas conviviam mais, julgando no entanto, que as obras de requalificação desenvolveram o local de forma positiva. “Cacilhas era muito diferente, deve é continuar a olhar o mar”

Laura Penez

Francesa, ilustradora e designer gráfica. Numa estadia de uns dias em Portugal descobriu Cacilhas, para si um lugar mágico com luz especial, junto ao Tejo, repleto de histórias e tradições, inspirador, onde encontrou pescadores, uma mulher pescadora maravilhosa e muitas personagens da história local. Onde o pôr do sol é tranquilizador. A paisagem, o rio Tejo, a luz, as histórias e suas gentes incentivaram a sua criatividade, guiando as suas mãos a desenhar, e espicaçou sua curiosidade em descobrir este lugar único, onde quis pertencer. Foi artista residente do Arroz Estúdios, com outros artistas de várias áreas e nacionalidades, e junto ao rio Tejo, no Ginjal com amigas, editou um livro com desenhos, ilustrações, textos e pesquisas de Cacilhas denominado por “Do outro lado do Rio”. Considera que no conjunto de edifícios abandonados no Ginjal, deveriam criar-se colectivos, associações para artistas locais e outros, para que a magia não acabe.

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