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Ponto de Encontro – Casa Municipal da Juventude/Casa da Dança – Rua Trindade Coelho 3
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Amaury Cacciacarro

Brasileiro, escolheu Almada para viver. É Programador e Gestor de Projectos Culturais, e conjuntamente com Adriana Grechi, dirige a Casa da Dança que funciona no Ponto de Encontro, em Cacilhas, entendendo que esta cumprirá a sua função se se relacionar com o lugar que ocupa e com a comunidade em que está inserida.

Receia que aquele equipamento, com a especulação imobiliária, possa estar condenado à sua morte, esperando que o projecto de Centro de Investigação da Casa da Dança continue em qualquer outro local, e constitua um marco na vida das pessoas.

Cacilhas é um cartão postal para os turistas em que vêm no Verão apenas comer nos restaurantes locais, urgindo fixar-se as pessoas durante o resto do ano, sendo a Cultura um mecanismo que conduz a esse resultado. Os espaços locais têm vindo a perder a sua identidade, e a ligação com as pessoas. No entanto, as memórias são mantidas vivas no Ginjal, sendo um espaço onde as pessoas se encontram e mantêm essa história. Uma mudança nesse espaço faria desaparecer essas pessoas e essa cultura, representando um problema para a identidade da cidade, e das pessoas que aí habitam.

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Maria Temporão

Diz-se Professora de dança, coreógrafa, bailarina, B-Girl. A sua carreira começou na rua há 20 anos. Depois veio o espaço no Ponto de Encontro, de convívio, criação e formação, onde os jovens, as associações e os grupos juvenis do Concelho de Almada desenvolvem projetos sócioculturais e/ou artísticos, e outras iniciativas de interesse para a comunidade juvenil. Aqui, fizeram Battles e promovem a cultura urbana. Orgulha-se de ser de Almada, mas o turismo de agora afasta os Almadenses, pelos preços praticados na restauração. Que existe uma identidade, e uma forma de estar, local, muito forte, surgindo novos movimentos, mais unidos pela cultura, para não deixar Almada “morrer”. ”Não podemos deixar Almada dormir, esta cultura morrer, não podemos deixar esta identidade se perder”.

Manuel Antunes (Manelito)

Vendedor de rua, nasceu na Quinta da Alegria mas viveu sempre em Cacilhas, que considera a sua terra.

A sua infância foi bastante pobre pelo que frequentando escolas (António da Costa, Emídio Navarro) onde os alunos eram obrigados a usar sapatos, calçava-os sem sola, julgando-o deficiente motor porque arrastava os pés, para não verem que não tinha sola. Não completou o Curso Geral de Eletricidade.

Foi um jovem muito irrequieto que saltava para o cacilheiro e não pagava bilhete. Na altura, os miúdos nadavam todos nus na praia do Ginjal, e um dia um guarda fiscal para o castigar, apreendeu-lhe a roupa e teve de voltar despido para casa.

Não completou o Curso Geral de Eletricidade. Fez a tropa nos Comandos e viveu o 25 de Novembro de 1975 (movimentação militar conduzida por partes das Forças Armadas Portuguesas, cujo resultado levou ao fim do Processo Revolucionário em Curso (PREC).

Em Cacilhas, frequentou bailes, praticou natação e desporto e foi treinador em diversas associações, onde foi e é associado, sendo actualmente dirigente associativo de do Clube Recreativo União Raposense, na Caparica.

Teve vários empregos: em empresas locais em Almada, Arsenal do Alfeite, Lisnave, H. Parry & Son, CUF, Siderurgia Nacional, vendedor na rua, pescador, fabricante de formas em folha de metal para pastelaria com as suas irmãs, e é presentemente, feirante (como praticamente todos os seus familiares), percorrendo o país.

Antigamente, Cacilhas tinha muito movimento, brincava-se na rua, vendiam-se copos de camarão, e as pessoas conviviam mais, julgando no entanto, que as obras de requalificação desenvolveram o local de forma positiva. “Cacilhas era muito diferente, deve é continuar a olhar o mar”

Laura Penez

Francesa, ilustradora e designer gráfica. Numa estadia de uns dias em Portugal descobriu Cacilhas, para si um lugar mágico com luz especial, junto ao Tejo, repleto de histórias e tradições, inspirador, onde encontrou pescadores, uma mulher pescadora maravilhosa e muitas personagens da história local. Onde o pôr do sol é tranquilizador. A paisagem, o rio Tejo, a luz, as histórias e suas gentes incentivaram a sua criatividade, guiando as suas mãos a desenhar, e espicaçou sua curiosidade em descobrir este lugar único, onde quis pertencer. Foi artista residente do Arroz Estúdios, com outros artistas de várias áreas e nacionalidades, e junto ao rio Tejo, no Ginjal com amigas, editou um livro com desenhos, ilustrações, textos e pesquisas de Cacilhas denominado por “Do outro lado do Rio”. Considera que no conjunto de edifícios abandonados no Ginjal, deveriam criar-se colectivos, associações para artistas locais e outros, para que a magia não acabe.

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